A Praia do Bilene
Há algo de mágico e fascinante no mar que leva o homem a procurá-lo incessantemente quando necessita de quebrar a rotina ou relaxar um pouco do ritmo alucinante da vida urbana. Aliás desde sempre que a praia é o principal destino de férias da maioria das pessoas, independentemente da raça ou credo - o que será que provoca este fascínio que temos pela praia, pelo sol e pelo mar? Existem, na minha opinião, três motivos fundamentais:
- A Possibilidade de deixar tudo para trás e disfrutar de um horizonte imenso e limpo que nos dá uma fugaz sensação de independência e liberdade.
- Existe na atmosfera das zonas costeiras uma maior densidade de iões negativos que, paradoxalmente, têm um efeito positivo no nosso estado de espírito efectuando um balanço electromagnético no nosso cérebro - à semelhança do que sucede após uma trovoada.
- A exposição ociosa ao sol e, consequentemente, ao calor, estimula as nossas hormonas provocando uma maior predisposição para o acto sexual (obviamente que o estímulo visual dos corpos semi-despidos também terá a sua influência)
Seja qual for o motivo que nos move, o que é certo é que havendo oportunidade (férias, fins de semana, feriados) todos gostamos de 'ir ver o mar'. Uma das grandes vantagens de trabalhar em Moçambique é dispor de praias fantásticas ás quais podemos ir durante todo o ano dado o clima favorável. Uma zona muito procurada pelos habitantes de Maputo (bem como de algum Sul-Africanos) é a região de Gaza que se situa a cerca de 200Km a Norte de Maputo e onde podemos encontrar algumas praias magníficas, designadamente Chidenguele, Zongoene, Xai-Xai e o Bilene (destino mais popular por ser o mais próximo da capital e por ser aquele com mais estruturas de apoio). Sair de manhã cedo no sábado rumo ao Bilene e regressar no domingo ao fim do dia à capital é suficiente para recarregar baterias para mais uma ou duas semanas de trabalho.
Após atravessar os bairros periféricos a norte de Maputo (Chiquilene e Hulene) que nos chocam pela miséria aí observada, somos confrontados com uma paisagem lindíssima em que o vermelho da terra africana contrasta com o forte verde dum mato tropical quase virgem, salpicado aqui e ali por formigueiros de mais de 1 metro de altura. Graças ás recentes obras de intervenção, a EN1 (que rasga o país de Norte a Sul) dispõe de um óptimo piso de asfalto, tornando a viagem rápida e agradável. Uma paragem obrigatória faz-se na Manhiça (sensivelmente a meio do caminho) para uma sandes de Leitão à Bairrada (!) e uma cerveja bem geladinha... confesso que esta é uma das minhas partes favoritas da viagem, fazendo-me recordar as paragens obrigatórias das viagens de verão em Portugal (o leitão na Mealhada ou as febras na Marateca). A viagem prossegue atravessando a pequena povoação de Palmeira, que recebeu o seu nome devido a uma palmeira gigante que serviu durante décadas como ponto de referência aos viajantes (incluindo Gago Coutinho na sua travessia aérea deste país); infelizmente um relâmpago derrubou no final de 2004 esta árvore secular restando apenas a base do tronco e uma placa evocativa). A pouco mais de 20Km do final da nossa viagem passamos pela Macia, ponto de abastecimento de Fruta (o F é propositadamente maíusculo pois aqui a fruta é mesmo Fruta... vou ter certamente saudades das Mangas e Papaias de Moçambique).
Chegados finalmente ao Bilene podemos observar esta pequena povoação dominada por uma enorme lagoa de água salgada (mais de 27Km de extensão) cuja temperatura ultrapassa frequentemente os 30°... é fantástico nadar aqui: as águas são extremamente límpidas e permanentemente calmas e nelas podemos caminhar muitas dezenas de metros 'lagoa adentro' sem deixar de pisar solo firme - é como dispor de uma enorme piscina aquecida rodeada por vegetação luxuriante e com os pássaros a fornecerem uma agradável e repousante banda sonora (cortada aqui e ali pelo enervante som de motos 4x4 cujos condutores pré-adolescentes insistem em acelerar na estrada mesmo junto ao areal... confesso que a parte mais obscura do meu cérebro desejou várias vezes que esses meninos sofressem de uma crise intestinal aguda durante o fim de semana e fossem a correr para casa). Fora da povoação a oferta em termos de alojamento e alimentação é vasta e os preços acessíveis.
Um dos momentos altos do último fim de semana em que visitei o Bilene surgiu com o cair da noite - a quase total ausência de luz artificial junto à lagoa, associada a um céu imaculadamente limpo transformou a abóbada celeste num gigantesco planetário... foi impressionante e indiscritível a nitidez com que se avistavam as principais constelações banhadas pela láctea Estrada de Santiago. Deixei-me ficar durante largos minutos deitado na areia ouvindo o suave murmurar da água que me banhava os pés e fitando o céu imaginei que em torno de cada um daqueles minúsculos pontos brilhantes poderia existir um planeta onde outro ser estaria igualmente deitado, fitando o nosso Sol e especulando sobre a minha existência...
- A Possibilidade de deixar tudo para trás e disfrutar de um horizonte imenso e limpo que nos dá uma fugaz sensação de independência e liberdade.
- Existe na atmosfera das zonas costeiras uma maior densidade de iões negativos que, paradoxalmente, têm um efeito positivo no nosso estado de espírito efectuando um balanço electromagnético no nosso cérebro - à semelhança do que sucede após uma trovoada.
- A exposição ociosa ao sol e, consequentemente, ao calor, estimula as nossas hormonas provocando uma maior predisposição para o acto sexual (obviamente que o estímulo visual dos corpos semi-despidos também terá a sua influência)
Seja qual for o motivo que nos move, o que é certo é que havendo oportunidade (férias, fins de semana, feriados) todos gostamos de 'ir ver o mar'. Uma das grandes vantagens de trabalhar em Moçambique é dispor de praias fantásticas ás quais podemos ir durante todo o ano dado o clima favorável. Uma zona muito procurada pelos habitantes de Maputo (bem como de algum Sul-Africanos) é a região de Gaza que se situa a cerca de 200Km a Norte de Maputo e onde podemos encontrar algumas praias magníficas, designadamente Chidenguele, Zongoene, Xai-Xai e o Bilene (destino mais popular por ser o mais próximo da capital e por ser aquele com mais estruturas de apoio). Sair de manhã cedo no sábado rumo ao Bilene e regressar no domingo ao fim do dia à capital é suficiente para recarregar baterias para mais uma ou duas semanas de trabalho.
Após atravessar os bairros periféricos a norte de Maputo (Chiquilene e Hulene) que nos chocam pela miséria aí observada, somos confrontados com uma paisagem lindíssima em que o vermelho da terra africana contrasta com o forte verde dum mato tropical quase virgem, salpicado aqui e ali por formigueiros de mais de 1 metro de altura. Graças ás recentes obras de intervenção, a EN1 (que rasga o país de Norte a Sul) dispõe de um óptimo piso de asfalto, tornando a viagem rápida e agradável. Uma paragem obrigatória faz-se na Manhiça (sensivelmente a meio do caminho) para uma sandes de Leitão à Bairrada (!) e uma cerveja bem geladinha... confesso que esta é uma das minhas partes favoritas da viagem, fazendo-me recordar as paragens obrigatórias das viagens de verão em Portugal (o leitão na Mealhada ou as febras na Marateca). A viagem prossegue atravessando a pequena povoação de Palmeira, que recebeu o seu nome devido a uma palmeira gigante que serviu durante décadas como ponto de referência aos viajantes (incluindo Gago Coutinho na sua travessia aérea deste país); infelizmente um relâmpago derrubou no final de 2004 esta árvore secular restando apenas a base do tronco e uma placa evocativa). A pouco mais de 20Km do final da nossa viagem passamos pela Macia, ponto de abastecimento de Fruta (o F é propositadamente maíusculo pois aqui a fruta é mesmo Fruta... vou ter certamente saudades das Mangas e Papaias de Moçambique).
Chegados finalmente ao Bilene podemos observar esta pequena povoação dominada por uma enorme lagoa de água salgada (mais de 27Km de extensão) cuja temperatura ultrapassa frequentemente os 30°... é fantástico nadar aqui: as águas são extremamente límpidas e permanentemente calmas e nelas podemos caminhar muitas dezenas de metros 'lagoa adentro' sem deixar de pisar solo firme - é como dispor de uma enorme piscina aquecida rodeada por vegetação luxuriante e com os pássaros a fornecerem uma agradável e repousante banda sonora (cortada aqui e ali pelo enervante som de motos 4x4 cujos condutores pré-adolescentes insistem em acelerar na estrada mesmo junto ao areal... confesso que a parte mais obscura do meu cérebro desejou várias vezes que esses meninos sofressem de uma crise intestinal aguda durante o fim de semana e fossem a correr para casa). Fora da povoação a oferta em termos de alojamento e alimentação é vasta e os preços acessíveis.
Um dos momentos altos do último fim de semana em que visitei o Bilene surgiu com o cair da noite - a quase total ausência de luz artificial junto à lagoa, associada a um céu imaculadamente limpo transformou a abóbada celeste num gigantesco planetário... foi impressionante e indiscritível a nitidez com que se avistavam as principais constelações banhadas pela láctea Estrada de Santiago. Deixei-me ficar durante largos minutos deitado na areia ouvindo o suave murmurar da água que me banhava os pés e fitando o céu imaginei que em torno de cada um daqueles minúsculos pontos brilhantes poderia existir um planeta onde outro ser estaria igualmente deitado, fitando o nosso Sol e especulando sobre a minha existência...
13 Comments:
Parabéns pelo artigo. Gostei da descrição do Bilene, -- tal e qual como ele (Bilene) é -- como sempre os artigos escritos por si neste espaço são de muito bom gosto!. Realmente são pequenos detalhes do nosso dia a dia que podem e fazem diferença em nossas vidas. Valeu,
Um abraço. Ana
Ola:)
Ando a procura de informacoes sobre Mocambique, mas nao consigo aceder ao seu e-mail. Tem algum outro por onde o possa contactar? O meu e coisasdemiuda@hotmail.com
Desta vez não poderia estar mais de acordo consigo...
Bem, antes de tecer mais comentários deixe-me dizer-lhe que eu sou a mesma pessoa que lhe deixou um comentário discordante sobre a cidade de Nelspruit.
Continuando. Eu era aluno de numa instituição de Maputo que detinha instalações de férias no Bilene, de modo que as nossas férias de Verão (que em Moçambique coincidem com as férias de Natal)eram sempre passadas nessa belíssima terra que é o Bilene...
Como não podia deixar de ser, o Fim do Ano e o assinalar da passagem de ano era celebrado com um mergulho nessa maravilhosa água da baía do Bilene...
Maravilha das maravilhas...
Bilene ... Sem dúvida um destino maravilhoso..
Felizmente, e mesmo sendo de Portugal a minha família tem casa no Bilene e já tive a oportunidade de ir lá várias vezes. Não há melhor para umas boas férias :)
Estive no Bilene em Dezembro de 1999, e foi simplesmente a mais bela praia que já estive.
Cumprimentos
Amigo Joao Nogueira. Amigo pois tal como eu gosta do Bilene. Tenho la um terreno com vista para a lagoa com 2.400 m2, o que é um luxo e faz parte talvez das menos de 10% de propriedades com vista para a lagoa. Talvez seja lá a apreciar a vista para a lagoa que queira passar os últimos dias da minha vida. Claro que o Bilene é uma maravilha, com as suas ondas de palmo e meio, uma segurança para as crianças, paraiso para se fazer pára-sail, motónautica, etc, etc e claro as infernais moto4 roubadas na Africa do Sul na sua maioria que não páram de aumentar, tal como a poluição sonora dos seus motores. Agora uma pergunta sem ofensa; que outras prais o amigo João Nogueira conheçe de Moçambique? É que para quem conheçe, o Bilene apesar de paradisiaco é das praias mais fraquinhas de Moçambique. Acredite que é verdade. Procure na Internet, ou vá a um balcão da LAM - Linhas Aéreas de Moçambique e peça um exemplar da Revista in-board número 42 que trás o top-ten das melhores prais de Moçambique, verdadeiros pedaços do paraiso na terra, com um mar da cor do céu. Veja, pesquise e um dia visite a Ponta Malongane, Milibangalala, Farol na Inhaca, Zongoene, Baia dos Cocos, Morrungulo, Pomene, Sailfish Bay (Bazaruto), Medjume e Vamizi e depois diga o que achou. Ultrapasse a provîncia de Gaza meu amigo e vá até Inhambane, veja as ilhas paraiso, especialmente a para mim mais fantastica de todas e tão pouco falada de momento. A Ilha de Santa Carolina no arquipélago do Bazaruto. Fiquei lá perdido durante dois dias e duas noites durante o tempo da guerra, a comer e a beber o que a terra nos dá, sem a mão humana para nos oferecer de bandeja. A esconder de noite a nossa presença a cada projector de barco que vinha em nosso auxílio, mas que por medo eramos levados a pensar que eram os "bandidos armados". Éra irónico, passar o dia a juntar lenha para fazer fogueira tão grande que fosse avistada do continente, para depois de noite nos escondermos, pensando que quem lutava a pé no mato, teria meios para ali chegar de barco. Éra criança na altura, mas lembro-me da Ilha tão bem como se fosse hoje. Nunca mais la voltei, desde finais da década de 70, mas até hoje vivo com ela em pensamento. Sempre que voo por este lindo país, sobrevou o arquipélago e com o olhar procuro a mais pequena, a mais azul cor de água à sua volta e para mim, de todas a mais bonita. Devido à minha profissão, voo frequentemente e ainda esta semana o fiz até Pemba. Foi a quarta vez que nos últimos dois anos me desloquei a Pemba, com a sua maravilhosa praia do Wimby e as desertas já viradas para o mar aberto. Quando voo no cockpit de algum avião, como invejo o escritório maravilhoso que aqueles senhores tem. As melhores vistas são as deles. Ja aterrei em várias praias e várias cidades no cockpit, mas a volta pela baia, vindo de sul, para aterrar do lado norte, é sem sombra de dúvida algo de fantástico, em que a cada vez que lá vou, tenho dificuldade em suster o maxilar inferior mais e mais uma vez de espanto, perante tanta beleza. Ainda na Provîncia de Cabo Delgado, mas mais a norte, encontra o arquipélago das Quirimbas, um outro paraiso na terra, anteriormente perdido e actualmente descoberto e explorado, que tem para lhe oferecer o melhor que o dinheiro pode comprar. Noites para uma pessoa a 600 e a 800 Dólares Americanos. Conheça a um preço mais modesto, cerca de 200 Usd da Rani Resorts, o Pemba Beach Hotel, que indiferente ao preço sempre fico, pois há coisas na vida em que sei que não devemos nos privar. Logicamente que não é todos os dias e quando entro no meu quarto de Hotel, fico a contemplar as maravilhosas, fantásticas, incríveis brochuras com Mebjumbe, Matemo e Indigo Bay (Inhambane)que só conheço (ainda) no papel e em vídeo. Não se esqueça de Vamizi, a ilha mais chique, restrita e cára de Moçambique. Amigo João Nogueira, não querendo destuir a imagem que tem do nosso querido Bilene, compreenda que há muitas outra prais com tanto para oferecer e fazer pelo nome de Moçambique e que metem o Bilene no Chinelo. Cumprimentos amistosos.
que saudades me deixam essas praias vim de lá à dois anos,mas QUELIMANE tem prais lindas.hoje vivo no FUNDÃO
Tive a sorte de visitar o Bilene há 3 dias atrás, ainda para mais integrado num grupo formidável residentes em Maputo e concordo com tudo o que foi descrito. Vale a pena...... E que tal partir manhã cedo pela picada em direcção a Xai-Xai.
Ainda agora cheguei e já partia de novo. Aquela terra tem o condão de nos tocar.
Bilene....
Há 40 anos era fregues do Bilene.
Lá passei dias fantásticos, no tempo em que as ´´bifas ´´ chegavam da Africa do Sul para passar férias.EU e meus colegas do IILM, acampamos 1o dias.
La disputei meu primeiro campeonato de motonautica que por sinal ganhei.
Lá aprendi a esquiar numa superficie de lizura espetacular.
lá amei e fui amado.
hoje ao ver suas fotos recordo a terra onde vivi 12 anos,me formei, me casei, tive minha primeira filha e as lagrimas começam a deslizar obrigada Moçambique, obrigada maputo ou sempre LM saudades maravilhoso Bilene
fernando núncio
Oi tudo bem?
Gostei da matéria, muito interessante, prarabens pelo trabalho.
Matitos
Parabéns, ha muitos k c eskecem do Biene, e gostei de lhes ter recordado, sim existem praias bonitas mas o Bilene não xta na ponta do chinelo c todos keremos ter terreno la. Também chegarão os dias em k sera descrita uma outra praia, mas agora foi a vez do Biene. Xta de parbens o escritor e força. Por Matitos a.k.a Charifo
Oi JOao Nogueira;
Meu nome e Adolfo. Sou Mocambicano e como voce gosto muito da Praia do Bilene. Antes de parabenizar-lhe pela descricao do Bilene Gostaria de faze-lo pelo seu texto muito rico, bem escrito, boa concatenacao Frasica e descricao metodica de acordo com o pormenor real. a sua descricao e boa demais e da prazer de ler. obrigado e abraco de mim
Mocambique
Adolfo Machava
Bilene, grande spot e agora muito acessivel por estrada com as novas infra-estrtuturas viárias.
Para ficar hospedado em Maputo, recomendo:
Sommerschield Guest House & Restaurant
Rua Beijo da Mulata 148
1102 Maputo
Tel: 82 323 3333
www.sommerschieldgh.com
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