Todos os sábados a zona da baixa da cidade de Maputo, mesmo junto à antiga Fortaleza, vive um momento especial. Aqui confluem grande parte das dezenas de vendedores de artesanato que durante a semana assentam arrais em algumas esquinas ou junto dos principais hoteis. Embora seja pensado principalmente para turistas (e eles estão presentes em número significativo), é vulgar encontrar moçambicanos a deambular pelo mercado do pau – quer seja para consumo próprio, quer seja para revender, este é sem dúvida o melhor sítio da cidade para comprar todo o tipo de artesanato. Embora as estátuas em madeira ainda ocupem um lugar de destaque (daí o nome dado pelo povo ao mercado), as pinturas em tecido (batik), colares e pulseiras de contas bem como trabalhos em pedra podem aqui ser adquiridos a melhores preços do que no resto da cidade ao longo da semana (embora sempre mais caro do que fora da cidade de Maputo, ao que consta).
Este é um dos sítios por onde gosto de deambular no início de cada fim-de-semana. Como já tinha ouvido falar neste mercado antes de chegar a Maputo, foi um dos meus primeiros destinos e rapidamente se tornou um hábito, mesmo que na maior parte das vezes acabe por não adquirir nada. Após tomar o sacramental café e pastel de nata no Continental (os melhores da cidade) enquanto passo os olhos pelo jornal, não prescindo de um pequeno passeio pelo mercado que fica mesmo em frente; é bastante agradável deambular por entre as bancas improvisadas no chão e aproveitando os ramos das árvores, interiorizando todas as cores e cheiros e ouvindo as constantes solicitações de quem vende.
Os preços praticados são, como em todo o lado nesta cidade, passíveis de serem negociados – e a arte de regatear é aqui muito importante, pois se se discutirem os preços em alta voz, é forte a probabilidade de o vendedor da banca do lado se meter ao barulho e propor um negócio igual ou ainda mais vantajoso que a nossa oferta (esta é uma arte que confesso, ainda não domino... ao comparar os valores com os de qualquer compra na Europa, é tudo tão barato que me custa estar a pedir menos: mas são as regras do jogo e também não faz sentido estar a perverter uma lógica que sozinho serei incapaz de mudar – aos poucos vou aprendendo e já faço hoje negócios muito mais vantajosos do que no início).
Tens de fazer o choradinho..... começa por oferecer 1/4 do que pedem inicialmente....
ResponderEliminarMantem o ritmo das cronicas...
JSnows
Caro João Nogueira,
ResponderEliminarNasci em Lço. Marques, hoje Maputo, e gostei muito de ler as suas crónicas, pela sensibilidade e pelo esforço que fez por compreender as gentes do país. Merecem fazer parte de um livro com fotografias.
Obrigado.
Joao, Sou Portuguesa estou no Brasil há 31 anos depois da minha saida de Moçambique, a um mes do meu regresso, ler tuas cronicas foi deveras gratificante. Um abraço...parabens !
ResponderEliminarCaro João Nogueira,acredita em mim.. pois minha afirmação é mesmo verdadeiramente verdadeira assim como eu sou verdadeiramente verdadeiro Moçambicano nascido em lournço Marques a 24 de julho de 1959 no hospital S. José de lhanguene! na missão de s. josé...Tú estás verdadeiramente e espiritualmente mutado,Já não és verdadeiramente Português mas sim verdadeiramete Moçambiquês porque os bons ares e os bons espiritos de moçambique estão contigo Parabéns pelas tua memórias descritivas de corpo e alma...bem haja!!
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