Crónicas de Maputo

Pequenas páginas de um extenso álbum de memórias gravado durante um ano de intensas experiências vividas enquanto trabalhei em Moçambique no ano lectivo de 2004/2005.

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terça-feira, fevereiro 01, 2005

A Ilha de Inhaca

O ritmo de trabalho e a inesperada quantidade de solicitações a que tenho sido submetido aqui em Moçambique têm-me deixado muito pouco tempo e principalmente disponibilidade mental para a escrita destas crónicas que tinha pensado produzir a um ritmo semanal – temas e motivos é que não me faltam... pondero a hipótese de me atrever a escrever um livro no final deste ano lectivo, terminada a minha aventura africana.

Retomo as “Crónicas de Maputo” falando não da cidade, mas duma pequena ilha situada a apenas 32Km da capital Moçambicana: a ilha de Inhaca. Esta pequena ilha situa-se na extremidade da barreira natural entre o Oceano Índico e a Baía de Maputo, quase tocando a península de Machangulo. Apesar das suas reduzidas dimensões (menos de 40Km2) esta ilha oferece boas condições de habitabilidade: pântanos situados entre as dunas constituem uma preciosa fonte de água doce, as densas florestas fornecem madeira e a vegetação pode ser aproveitada para a construção de palhotas; o mar, esse abunda em peixe, marisco e crustáceos. Os primeiros habitantes foram durante muito tempo liderados por régulos da dinastia Nhaca – daí o nome dado à ilha.

Conta a lenda que os primeiros povoadores teriam abordado a ilha a partir de uma jangada à deriva no mar. Esta jangada viria do Norte arrastada por correntes devido a cheias no continente... ainda hoje todos os mortos na ilha são enterrados com a cabeça virada para Norte: “de onde todos nós viemos”.



Navegadores Portugueses instituíram no século XVIII um posto de comércio de Marfim numa pequena ilhota anexa a Inhaca ainda hoje conhecida como Ilha dos Portugueses.

A Inhaca de hoje é uma ilha pacata, após os atribulados anos da guerra civil de Moçambique em que a sua população disparou para quase 10.000 habitantes devido ao fluxo de refugiados. Com os acordos de paz de 92 muitos regressaram ao continente e presentemente vivem cerca de 4500 pessoas na ilha. Este povo vive tranquilamente, sobrevivendo dos recursos naturais, mas dependendo fortemente de bens vindos da capital – recentemente o turismo tem sido a nova aposta e aos poucos começam a surgir infraestruturas que procuram rentabilizar a maior riqueza desta ilha: as lindíssimas praias de areia fina.

Foi este pequeno paraíso que fui conhecer, aproveitando um fim de semana prolongado por um feriado...




2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olá

foi o nosso refúgio nos fins-de semana de 76\77; voltei em janeiro de 2004 para o filhote a conhecer.
está "absolutamente" igual.
até o pessoal é o mesmo.
Um Abraço a todos.

4:23 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sus escritos sobre la isla de Inhaca y la de los portugueses me hacen esperar aún más ilusión de la que ya tenía mi próxima visita a Mozambique.

5:01 da tarde  

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